Trance (2013), de Danny Boyle
No voô para Roma acabei assistindo esse filme novo do Danny Boyle, que optei por não ver no cinema por motivos óbvios. Não é surpresa que se trate de um filme fraco, no entanto confesso não achar normal um filme tão tosco assim. Os filmes de Boyle sempre foram preguiçosas alegorias sobre como o poder transcende a moral – certamente uma ótica coerente a um cineasta que não permite vida nas suas imagens captadas. O problema parece ter excedido o olhar repetitivo, vampiresco, que ele estabelece com as referências. É um filme nulo, sem expressão, incomparavelmente pior do que um filme como Por uma Vida Menos Ordinária, onde as imagens ainda produziam um sentido. Esse tipo de cineasta cuja a auto-consciencia de sua esperteza anula qualquer possibilidade de encenação já não engana.
Ou talvez engane, já que muitos como eu ainda defendem o Tabu de Miguel Gomes, que certamente encaixa-se aí… Porém creio que se não há misc-en-scene, há ainda ali um filme. Um ano longe de um filme tem disso, algo que parecia intensamente forte, pode se revelar agora uma pequena bobagem.